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1932, o ano que não acabou

O ano de 1932, da Guerra Civil iniciada pelas oligarquias de São Paulo contra o governo revolucionário de Getúlio, pode ser considerado, até certo ponto, como ''o ano que não chegou ao fim”.



Não que a lembrança do evento tenha hoje muito impacto sobre o restante do país. E sim porque uma verdadeira reconciliação em torno de sua memória é obstaculizada por parte das elites sociais e políticas paulistas.


O 9 de julho se tornou um feriado estadual paulista em 1997 pelas mãos do governo tucano Mário Covas, em período de consolidação de um projeto neoliberal que tinha como objetivo explícito ''colocar fim à Era Vargas''.


Esse projeto se fundamenta na hegemonia econômica do capital “financeirizado” sediado em São Paulo, na leitura de Brasil feita pela intelectualidade da USP, e no domínio do sistema político-partidário pela dobradinha PSDB/PT [duas legendas cujo centro nervoso e origem ideológica estavam na maior metrópole do país].


Desde então, a memória do evento se tornou a exaltação ideológica dos valores liberais defendidos pela elite social de São Paulo: a luta contra uma suposta ditadura, a vontade férrea de ''reconstitucionalizar'' o país, a exigência de uma democracia nos moldes institucionais burgueses.


Por outro lado, a memória de Getúlio em São Paulo sempre foi menosprezada por esses mesmos grupos. Falta na capital do Estado mais rico do país monumentos públicos de destaque e que ressaltem o vínculo da cidade e da região com a Era Vargas.


Evidente que a instrumentalização de 1932, bem como a ausência memorialista de Getúlio, não recai sob os ombros do povo de São Paulo, que combateu na guerra em defesa de sua terra e presta homenagem à coragem e ao espírito combativo de seus conterrâneos. É antes uma consequência do perpétuo desagrado da burguesia paulista contra o legado e o projeto nacionalista encarnado por Vargas; e o repúdio a um tempo em que ela foi deslocada da centralidade política do Brasil.


Para que a reconciliação ocorra de maneira completa e plena, é necessário varrer o projeto dessa elite e o papel que ela desempenha na construção das narrativas que sustentam seus interesses. A elite financeira, intelectual e política que parasita São Paulo tem de ser derrubada a fim de que o povo brasileiro e a população de São Paulo brilhem e conquistem verdadeira soberania.


PÃO, TERRA, TRADIÇÃO!

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