Os mercenários filo-nazistas do Grupo Wagner, recrutados entre a escória do próprio país por um oligarca de nome Prigozhin, estão brigados com o alto oficialato militar da Rússia.
A mídia ianque divulgou que Prigozhin teria entregue posições do Exército russo. O oligarca nega, mas aproveita para responsabilizar a "corrupta elite russa" pela suposta fake news. Não se refere em momento algum a Vladimir Putin, seu aliado de longa data, aumentando a ambiguidade de seu papel.
Enquanto isso, mísseis ucranianos caem em Lugansk, atingindo o Ministro do Interior, e em outros pontos do território russo, algo impensável dias atrás. Os russos blefaram durante meses de que qualquer ataque ao seu território poderia ter resposta nuclear.
Há cenas diárias de locais queimando em Moscou, além de assassinatos políticos recorrentes. Sinais evidentes de que há um conflito interno na Rússia, uma "guerra civil" dentro do aparato do Estado.
Não por acaso, Dugin, cuja filha foi morta em um atentado terrorista, clama para que Putin feche de vez o regime e promova um expurgo completo do que ele chama de "quinta coluna" [ou sexta, já que ele atualiza essas terminologias de acordo com o momento].
Não duvido que Putin jogue pro alto todas as aparências democráticas e abra mais uns campos de concentração/reeducação, pode ser a única forma possível de sobreviver politicamente a médio prazo. Se acontecer, a corrida dos ideólogos pela legitimação do novo regime vai recrudescer, e alguns deles vão parar também nos campos de concentração/reeducação ou no cemitério.
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