O país comemora, hoje, o aniversário de Antônio Vicente Mendes Maciel, o Antônio Conselheiro, o profeta e herói da Guerra de Canudos.
O escritor Charles Baudelaire afirmou que "Só o poeta, o sacerdote e o soldado são grandes entre os homens". O Arraial idealizado por Antônio Conselheiro e sua guerra, a guerra justa contra a República Velha e seu impulso modernista e positivista, talvez nossa primeira expressão da revolta contra o mundo moderno, tinha sacerdotes e soldados, os soldados camponeses do "Brasil real", o Brasil do Socialismo Moreno do mestre Darcy Ribeiro, e até hoje evocado pelos poetas do povo, os repentistas:
Ó Canudos, país da promissão
Foi injusta e cruel a tua guerra
Tu, que eras abrigo dos sem-terra
Sem justiça, direito, paz e pão
O fanático era apenas um irmão
O jagunço somente um companheiro
Junto ao mestre encontrando paradeiro
Confiança, família e hospedagem
A história fará sua homenagem
À figura de Antônio Conselheiro.
"A história fará sua homenagem à figura de Antônio Conselheiro" (Ivanildo Vilanova)
No clássico artigo intitulado "Canudos entre dois Brasis", Ariano Suassuna defende a tese de que a "brutalidade positivista e modernizante" contra o Arraial se somou à política econômica entreguista de Campos Sales e Joaquim Murtinho, se tornando precursora da de Fernando Henrique Cardoso e Pedro Malan.
Podemos afirmar, sem sombra de dúvidas, que a política econômica ruinosa dos últimos governos dá razão a essa ideia de Ariano Suassuna, o que nos leva a acreditar, parafraseando o vate Ivanildo Vilanova, que este nosso Brasil ainda vai tornar-se outra Canudos por inteiro, e o povo brasileiro, único e indivisível, de um rincão a outro, edificará o Quinto Império do Sul global, tropical, venturoso e fraterno.
Viva Antônio Conselheiro!
PÃO, TERRA E TRADIÇÃO!
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