Falta senso histórico aos críticos de Vargas
- Pedro Ribeiro e Comunhão Popular
- 29 de jun. de 2023
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Boa parte das falsas críticas (que soam verdadeiras) se dá por que as pessoas não têm senso histórico.

Por exemplo: desde que Vargas chegou ao poder até os dias de hoje, é expediente-padrão dos anti-getulistas dizer que o Trabalhismo brasileiro prostituiu os sindicatos, pois os colocou como órgãos de Estado, sem autonomia real, totalmente subordinados aos interesses políticos encastelados no ministério do trabalho.
Ora, essa crítica - comum tanto a liberais de direita quando ao petismo histórico - é até certo ponto verdadeira. Vargas realmente associou os sindicatos ao Estado muito mais do que seria devido. E a autonomia sindical obtida nas décadas seguintes foi efetivamente um progresso.
A pergunta que se têm de fazer, no entanto, é: o que existia antes de Getúlio Vargas? Como era o sindicalismo na República Velha?
Aí tudo fica em seu devido lugar.
Não é que havia sindicalismo livre na Primeira República, e Vargas em seguida o destroçou. Não.
Antes do Trabalhismo, os operários simplesmente não tinham direitos sociais e o sindicalismo era tratado como caso de polícia. Qualquer greve ou piquete era visto como violação da sacrossanta livre iniciativa e os sujeitos que organizavam sua classe corriam permanente risco de cana.
NESTE CONTEXTO, portanto, em que a escolha histórica concreta não era entre sindicalismo livre e sindicalismo pelego, mas entre sindicalismo subordinado ao Estado e sindicalismo perseguido pelo Estado - neste contexto, portanto, repito, é bastante óbvio que o varguismo representou um progresso extraordinário e um avanço inestimável na genuína democratização do país.
E quem não tem senso histórico, não deveria nem tentar apitar em debate político.
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