Mineiro de Ponte Nova, João Bosco de Freitas Mucci nasceu em 13 de julho de 1946 numa família musical. A mãe, Dona Lilá, era pianista e o pai, Seu Daniel, intérprete de Noel Rosa. Como bom mineirinho do interior, aos quatro anos já cantava no coral da igreja. Mas o grande momento acontece aos 12 anos, quando o menino ganha de presente um violão verde e inicia uma simbiose vitalícia com o instrumento. Além de um exímio cantor, pensar em João Bosco é pensar num dos violonistas mais criativos do Brasil, em sua mistura única de samba e jazz.
Em 1970, João forma uma das mais impressionantes parcerias da música brasileira com o lendário letrista Aldir Blanc. Esse é o marco do nascimento da fase mais brilhante de sua carreira, com clássicos eternos como "Mestre-sala dos mares", em que "um bravo feiticeiro" é saudado no porto "pelas mocinhas francesas, jovens polacas e batalhões de mulatas" e a belíssima "O Bêbado e a Equilibrista", um hino contra a ditadura que canta sobre "um bêbado trajando luto" que faz "irreverências mil para a noite do Brasil". Os sempre impactantes versos do poeta Aldir Blanc ganham uma vivacidade única no violão sincopado e na interpretação inimitável de João Bosco, um mineiro que aprendeu muito bem como ser carioca.
Que o canto e as seis mágicas cordas desse grande artista sejam um manancial de força para lutarmos através de nossa atual, como ele mesmo cantou, noite do Brasil. O Sol da Pátria nascerá iluminando a escuridão em nossa terra!
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