Em seu livro "Political Islam, Iran, and the Enlightenment", Ali Mirsepassi conta de que modo as ideias contra-iluministas de Heidegger influenciaram pensadores como Ahmad Fardid no surgimento da revolução iraniana de 1979.
Um ponto bastante interessante levantado pelo autor é que a conexão entre os iranianos e a academia francesa, onde as ideias heideggerianas estavam sendo debatidas, foi o islamólogo Henry Corbin.
Corbin, um dos principais divulgadores do platonismo persa, visitou o Irã diversas vezes e teria transmitido uma visão "achatada" do Ocidente, baseada no modelo francês (mundo secular/mundo religioso etc).
Mirsepassi, como não poderia ser diferente, reconhece alguns méritos nos acontecimentos de 79, mas entende que um modelo mais parecido com aquele pregado por Gandhi (?!) na Índia teria sido um bom meio termo para a revolução iraniana.
A leitura da obra só reforçou a preguiça que tenho de acompanhar alguns brasileiros médios tentando discutir "contra-iluminismo", "islã", "revolução iraniana" e "influência política de Heidegger" sem sequer saber o básico sobre esses assuntos.
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