A maior homenagem que podemos prestar ao Herói da Pátria Leonel Brizola, que completaria hoje 101 anos de idade, é resgatar seu pensamento, cujas linhas gerais permanecem atuais para explicar a situação do país e da América do Sul.
Brizola fazia da Carta-Testamento de Getúlio sua maior fonte de inspiração. De sua leitura, concluía que a chave dos problemas brasileiros era o ''processo espoliativo'' a que o Brasil estava submetido por interesses e potências internacionais. Sua perspectiva anti-imperialista contemplava as disputas globais e o nosso papel, bem como o da América do Sul, no âmbito mundial, sempre tomando o lado do Sul e de uma Polícia Externa Independente: Nem Washington nem Moscou. [Que poderíamos acrescentar: Nem Pequim, nem Bruxelas, nem Paris etc.]
O velho Leonel considerava que parte da elite brasileira se vinculava a esse processo espoliativo, servindo de elo na exploração e submissão do povo. Essa elite não era parte verdadeira da nação, eram os ''traidores''.
Os conflitos pátrios eram explicados por meio dessa dicotomia, entre os traidores que serviam de intermediários e aliados do processo espoliativo levado a efeito por agentes internacionais, e o povo, que lutava por sua emancipação e liberdade frente a esses inimigos imperialistas.
A dicotomia conduziria a uma batalha de sabor apocalíptico, que Brizola chamava de ''desfecho''. O desfecho era nosso Armageddon, que colocaria povo e antipovo em trincheiras opostas. Não haveria outra alternativa possível, senão a de lutar pelo país ou ser arregimentado pelas hostes dos traidores. Para ser bem sucedido no ''desfecho'' e colocar fim ao ciclo imperialista na nossa história, o povo tinha de se organizar por dentro e por fora do sistema político-partidário.
A busca pela libertação do povo brasileiro deveria incluir os meios da política burguesa-liberal, que permitia uma política reformista. Mas, se a Reforma fracassasse, o povo organizado estaria pronto para a revolução nacionalista. E quando se diz nacionalista, se entende que o país tem de trilhar um caminho próprio.
Brizola desenvolveu essas ideias com o tempo, com auxílio de Darcy Ribeiro, Moniz Bandeira e outros importantes intelectuais, chegando à formulação do Socialismo Moreno, uma adaptação do Capitalismo Solidário de Alberto Pasqualini. O Capitalismo Solidário substituiria o individualismo liberal pelo princípio da solidariedade de base comunitarista, defendido na Doutrina Social da Igreja Católica Romana, com o objetivo de construir uma Democracia Social.
O pensamento de Brizola é uma luz guiando os nacionalistas, mesmo que em períodos obscuros e noturnos. Contra o possível desespero e desânimo vigente nestes tempos, esta luz, o pensamento e a atualidade de Leonel Brizola nos recordam sempre que o Sol há de brilhar mais uma vez!
Eis o Herói da Pátria!
PÃO, TERRA, TRADIÇÃO!
Comments