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O desafio da reindustrialização (parte II)



Se a a reindustrialização orientada pelo Estado deve ser pilar de um programa nacionalista para os próximos anos, o novo ciclo desenvolvimentista tem de buscar soluções para preservar o aspecto mais positivo da Nova República, o combate à “dívida social”.


O desenvolvimentismo do regime civil-militar se deu com orientação anti-trabalhista, fundamentado no controle das demandas dos trabalhadores e em pequena rede de proteção social. Ora, o Brasil não pode conviver com um modelo iníquo de distribuição de renda de trabalho e, principalmente, de propriedade, contrário ao bem comum e que provoca um esgarçamento que coloca em perigo a sociedade.


A reindustrialização é indissociável da defesa das comunidades orgânicas e da garantia de que os frutos do crescimento e a propriedade se espalhem pelo tecido social, segundo o princípio da Destinação Universal dos Bens da Doutrina Social da Igreja, do Distributivismo e de diversas formas de cooperativismo e comunitarismo que colocam a solidariedade, e não o individualismo, na base da organização da sociedade.


É fundamental que o neodesenvolvimentismo não sacrifique o objetivo maior, a Democracia Social. E por isso a Sol da Pátria se coloca ao lado da defesa dos direitos do trabalhador, dos direitos previdenciários, da oferta de serviços públicos gratuitos e universais, e da busca pelo pleno emprego. O desemprego não pode ser visto como um elemento estruturante do sistema econômico, mas como tragédia no seio das famílias.


Mais ainda, não se trata apenas da criação de um Estado de Bem Estar, mas de uma sociedade de pequenos e médios proprietários urbanos e rurais, regidos por uma ótica comunitarista e auxiliada nos setores estratégicos, logísticos e de crédito pelo Estado. As unidades de produção podem seguir um viés cooperativista, e a família camponesa ganhar cada vez mais instrumentos de desenvolvimento tecnológico e acesso ao mercado.


A Historia da cidadania em nosso país está umbilicalmente ligada à expansão dos direitos sociais. A cidadania social, a distribuição de propriedade [não só de renda] e o aumento da participação popular nas representações do Estado e nas decisões governamentais são princípios inegociáveis para o Nacionalismo Popular.

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