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Sérgio Mendes: um brasileiro elegante e tropical

No dia 06 de setembro, o Brasil amanheceu, modorrento, quase indiferente, com a notícia da morte do pianista Sérgio Mendes, uma das encarnações de uma civilização tropical, orgulhosa de si própria e mais elegante.



Até hoje, a maneira como o público internacional escuta e digere a música brasileira tem a marca, a efígie de Mendes. Primeiro como membro da banda de Antônio Carlos Jobim, depois com seu próprio Brasil '66.


Em 1962, Jobim e Mendes viajaram a Nova York para um festival de Bossa Nova no Carnegie Hall. Durante esse período, o saxofonista Cannonball Adderley convidou Mendes para colaborar no álbum "Cannonball Adderley and The Bossa Rio Sextet", que também conta com Tom Jobim e João Donato. A partir daí, Sérgio Mendes emplaca uma sequência frenética e ininterrupta de obras-primas. Só para mencionar alguns exemplos, destacamos "The Swinger from Rio", após assinar com a Atlantic Records; o instrumental "Você Ainda Não Ouviu Nada" (1963), com arranjos de Tom Jobim. Ainda nos EUA, o seminal "Herb Alpert presents Sergio Mendes & Brazil 66", o qual começa com "Mas que Nada", de Jorge Ben Jor, com a charmosa interpretação em português com sotaque estrangeiro das cantoras americanas, é lançado em 1966.


Sérgio Mendes gravou mais de 35 álbuns, muitos dos quais ganharam o disco de Ouro ou de Platina, assim como foi vencedor de três prêmios Grammy e indicado ao Oscar (por "Real in Rio", a música que ele compôs para o filme "Rio"). O pianista modificou seu Brasil '66 para Brasil '77, '88 e '99, e essas atualizações não foram nominais, visto que ele, sem prescindir do espírito da Bossa Nova e sem cair no saudosismo mais fácil, dialogou com o pop, o rap e até mesmo o funk.


Conquanto a ênfase em sua carreira nos EUA, ele começou a gravar em nosso país, com o Sexteto Bossa Rio, e sempre permaneceu- na alma criativa- um brasileiro (título, aliás, de um dos seus melhores discos).


Obrigado por tudo, Sérgio Mendes. A morte não há de ser nada.



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